PARTICIPAÇÃO NO TRIBUNAL DO JÚRI - ESTAGIÁRIO DA PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PAU DOS FERROS/RN-

PARTICIPAÇÃO NO TRIBUNAL DO JÚRI  - ESTAGIÁRIO DA PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PAU DOS FERROS/RN-
A APROVAÇÃO NA SEGUNDA FASE DA OAB CONSOLIDA UM PROCESSO QUE CULMINARÁ COM A CONCLUSÃO DO CURSO EM 2015 E OPORTUNAMENTE EXERCER O EXECÍCIO DA ADVOCACIA.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Rebeldes com causa

 
Marina Carleial reivindica pela Cultura FOTO: Marília Camelo

As lutas mudaram, a forma de reivindicar também, mas o que não muda é o espírito rebelde da juventude. O Zoeira conversou com jovens que fazem protesto e se posicionam por causa coletivas

Foi a partir de uma experiência pessoal transformadora que Lician Falcão, 31 anos, decidiu que tinha que fazer mais por outras mulheres. Com o filho Samuel, de 1 ano e 1 mês, aconchegado em seu peito, essa mãe tem mais força para lutar pela humanização do parto. E é na companhia do pequeno e do marido, que ela foi às marchas que alertaram para a necessidade da humanização do parto e levantaram a questão da autonomia da mulher na escolha de como deseja ter o seu filho.

A funcionária pública ainda morava no Acre quando descobriu a gravidez e, como algumas intervenções que aconteciam no parto normal a incomodavam, resolveu pesquisar. "Queria um parto normal, mas não queria alguns procedimentos, como o a episiotomia (corte cirúrgico feito no períneo). Aí fui descobrindo que algumas intervenções ditas de rotina não eram necessárias. Queria ter esse momento como eu desejava, que respeitassem minhas escolhas".

Quando se mudou para Fortaleza, Lician procurou uma equipe médica que trabalhasse com parto humanizado, descobriu o Ishtar (Grupo de apoio à gestante e ao parto ativo) e passou a trocar experiências e informações com outras mulheres que tinham a mesma vontade.

Como a médica que faria seu parto no hospital do jeito que a gestante queria estaria viajando no período em que Samuel deveria nascer, ela teve arranjou um plano B. Foi aí que ela encontrou a enfermeira Semírames e a doula Kelly que deram tanta segurança que se tornaram o plano A.

"Acabei fazendo meu parto em casa. Foi demorado, mas não teve risco. Foi do jeito que eu queria. Eu me empoderei e trouxe a responsabilidade para mim. O parto me transformou. Hoje levanto a bandeira da humanização do parto porque vivi uma experiência maravilhosa e acho que outras mulheres podem vivê-la também", argumenta.

Hoje, Lician participa das reuniões mensais do Ishtar, ajuda na organização das ações, participa das manifestações e, claro, divulga o parto humanizado e o grupo sempre que tem uma oportunidade. A ação que mais chamou a atenção foi a Marcha do Parto em Casa, que aconteceu em julho em diversas capitais. Uma resposta ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro que queria punir o médico Jorge Kuhn, que deu entrevista ao "Fantástico" defendendo o parto domiciliar.

"A ação do CREMERJ foi um tiro que saiu pela culatra porque deu ainda mais repercussão sobre o assunto. A mídia passou a falar desse movimento que já existe há 15 anos. E continuaremos a fazer nosso trabalho. É um trabalho de formiguinha, mas que já está ganhando forma".

Apoio da sociedade

Os resultados até podem demorar, mas quando o movimento ganha corpo e apoio da sociedade faz um barulho grande que é impossível até o poder público ficar imune. Foi o que aconteceu, recentemente, com os Movimentos da Cultura.

A artista de dança Marina Carleial, 31 anos, está engajada na luta pela cultura há alguns anos. "Acho a dança muito política. É uma linguagem que está bem articulada. Quando se é artista, tem que se colocar politicamente porque está ligada diretamente a isso. Acabamos sendo alvo das políticas públicas", justifica ela que, desde 2003, assumiu a vice-presidência da ProDança (Associação de Bailarinos Coreógrafos e Professores de Dança do Ceará).

Engajada, ela reconhece que é importante colaborar nas conquistas coletivas. E descobriu a força do coletivo, justamente, quando estava no Colégio de Dança, em 2001, e participou do movimento pelo Dia D de Dança.

"Todo ano a gente se reúne e faz reivindicações e pontuamos o que pode melhorar". Ela também participou da primeira reunião da criação da Pró-Dança e, agora, também é membro do MAR (Movimento Arte Resistência).

Fonte: diariodonordeste.

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