No Brasil,
durante muitos anos, graças ao autoritarismo dos governos militares
consolidou-se uma cultura anti democrática, e um dos termos mais utilizados
para expressar esse autoritarismo foi “CALE A BOCA”. O mesmo espalhou-se em
todos os segmentos sociais, políticos, familiares e nas relações entre pessoas,
onde um dos interlocutores se sentindo dominante intervém cortando a
possibilidade de expressão do outro. Passaram-se os anos e graças a CORAGEM E
DETERMINAÇÃO DE VALOROSOS BRASILEIROS E DE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL
vários avanços foram conquistados e consolidou-se um regime DEMOCRÁTICO onde a
liberdade de expressão e pensamento são
garantias asseguradas por nossa Constituição. Mesmo com todos esses avanços,
ainda hoje em pleno século 21 nos deparamos com pessoas que não conseguem
acompanhar esse novo modelo de sociedade, onde o contraditório, o respeito pela
opinião contrária e a discussão de idéias e propostas são os principais
elementos que norteiam as relações, principalmente no campo político. A
explicação plausível para os que TENTAM A TODO CUSTO A MANUTENÇÃO DOS GOVERNOS
AUTORITARIOS É MUITO CLARA, CONTINUAR FAVORECIDO PELO PODER, POIS NÃO PODEM
SOBREVIVER ATRAVÉS DOS SEUS PRÓPRIOS ESFORÇOS, POIS NUNCA ESTUDARAM NEM
APRENDERAM A FAZER OUTRA COISA SE NÃO ACOSTAR-SE NOS RECURSOS E BENESSES
PÚBLICAS. Tentar CALAR A BOCA DAS PESSOAS POR MEIO DE ARRÔTOS VERNÁCULOS é
mostrar a sua própria INCAPACIDADE E DIZER CLARAMENTE QUE NÃO TEM CONDIÇÕES DE
DEBATER. Por fim, lembremos DRUMOND que a muitos anos passados já nos
ENCORAJAVA A NÃO CALAR SOB A PENA DE AMARELARMOS ATÉ A ALMA.
“Provisoriamente
não cantaremos o amor,
que se
refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos
o medo, que esteriliza os abraços,
não
cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe
apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo
grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo
dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos
o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos
o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois
morreremos de medo”
e sobre
nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
(CARLOS
DRUMMOND DE ANDRADE, 1940)
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