Ao refletirmos sobre a situação do meio rural do semiárido nordestino todas as vezes que a seca volta, ficamos a pensar como somos inoperantes frente a esta realidade climática. É só ela voltar que as reclamações são as mesmas: não produziremos o milho e o feijão necessário para sustento de muitas famílias, vai faltar água e pastagem para os animais, temos que ter anistia ou prorrogação de débitos junto ao sistema bancário nacional, políticos de todos os partidos se apressam a subir as tribunas para falsear defesas dos atingidos pelas estiagens. É sempre assim, não muda nada. A estiagem serve a muita gente, é uma oportunidade de amealhar votos, pois várias comunidades necessitarão de carros-pipas para se abastecerem, e ao receberem uma pipa d´água ficarão eternamente presos ao político que a enviou. Quanto às dívidas nos bancos, a grande maioria não é dos pequenos agricultores, são sim de médios e grandes proprietários que muitas vezes mantêm a propriedade apenas como meio para acessar crédito rural e aplicar em outra atividade e nestas horas são os primeiros a gritar por anistia. As administrações públicas nada ou quase nada também fizeram para se prepararem para os períodos de estiagem, também como fariam se todos se beneficiam desta triste realidade, pois somente a partir delas é que grandes filas se formarão em frente as suas residências, pois nas sedes administrativas nunca os encontram, para suplicar esmolas, ajudas e assim tornarem-se refém de um sistema arbitrário e opressor. Nesses períodos os tratores municipais voltarão às pequenas propriedades para perfurarem poços, abrirem cacimbas e aumentar assim a relação promíscua de favores entre políticos e eleitores em ano de eleições. Decretos de emergência são editados e várias janelas se abrirão para facilitação de desvios de dinheiros públicos, pois vários convênios, obras serão pleiteadas, muitas delas sem licitações, pois a situação de emergência as permite.
As matérias abaixo publicadas, COMPROVAM os questionamentos aqui suscitados. Uma das providências mínimas para essas questões era a CONSTITUIÇÃO DAS COMISSÕES MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL, E POUCOS AS CONSITTUIRAM. Em José da Penha, eu e o colega Sec. De Obras José Messias a mais de dois anos lutamos para implantá-la, e o que foi FEITO NADA. Agora vão dizer que a CULPA É DE DEUS, SÃO JOSÉ, SÃO FRANCISCO. PARA MUITOS, BENDITA E ABENÇOADA SECA.
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