PARTICIPAÇÃO NO TRIBUNAL DO JÚRI - ESTAGIÁRIO DA PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PAU DOS FERROS/RN-

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pesquisadores da EMBRAPA apostam em Fruticultura de Sequeiro no semi-árido.

Com base nas espécies frutíferas nativas ou adaptadas ao ambiente da caatinga, pesquisas da Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apostam na fruticultura de sequeiro competitiva e diversificada, de potencial econômico para a agricultura familiar da região. O engenheiro agrônomo, Francisco Pinheiro de Araújo, afirma que o Nordeste possui uma grande variedade de plantas frutíferas de sabores exóticos, de grande apelo entre as principais tendências atuais de consumo de produtos naturais.
Para ele, o comércio em expansão dos frutos de umbu no Nordeste e em outras regiões do país, como a Sudeste, justifica o esforço da pesquisa em gerar tecnologias e informações que apóiem os agricultores a visualizarem possibilidades de mercado para espécies que, atualmente, em grande parte são explorados apenas para subsistência e de forma extrativa. A integração dessa fruticultura às atividades de pequenas indústrias de beneficiamento e processamento dos frutos em doces, geléias e sucos sinaliza um mercado promissor para as fruteiras nativas, afirma.
Pré-domesticadas – Além do umbuzeiro, Pinheiro destaca outras espécies frutíferas já em estudo na Embrapa Semi-Árido para compor um conjunto de alternativas para os agricultores familiares: o maracujá-do-mato, o araticum e a goiabinha. Todas elas, que já são pré-domesticadas ou selvagens, apresentam como característica comum a tolerância à seca e a comercialização de frutos em feiras livres nas regiões onde ocorrem de forma espontânea na vegetação nativa.
O maracujá-do-mato espécie de ocorrência espontânea da caatinga, produzido nos mais diversos tipos de solo, precisa deixar de ser explorada apenas pelo extrativismo e ocupar áreas de cultivo em escala comercial em condições de sequeiro, como já vem acontecendo com o umbuzeiro. Além do potencial econômico, que precisa ser mais bem conhecido, o maracujá é também uma fonte de vitamina “C” para as populações contendo até 50,7mg/100ml de suco.
Uso do umbuzeiro em enxertia
É uma prática milenar usada na fruticultura. Trabalhos conduzidos na Embrapa Semi-Árido, usando o umbuzeiro como porta-enxerto de outras espécies do gênero Spondias, a exemplo do cajá, ciriguela, cajá-manga e umbu-cajá, têm apresentado resultados promissores e já começam a ser testados em meio real, como Unidade Demonstrativa, no município de Anagé-BA. Aproveitando-se do mecanismo de armazenamento da água no sistema radicular e nos xilopódios que confere grande tolerância à seca por parte do umbuzeiro, as outras espécies conseguem sobreviver e produzir nas condições de sequeiro.
Testes realizados no Campo Experimental da Caatinga da Embrapa Semi-Árido pelos pesquisadores Carlos Antonio Fernandes Santos e Francisco Pinheiro de Araújo revelam que a associação das plantas dessa maneira não apresenta qualquer incompatibilidade. Pelo contrário, o cajá-manga e a ciriguela já frutificam dois anos após serem enxertados.
Os agrônomos explicam que as frutificações neste período não representaram produções numa escala que possa ser considerada comercial. No entanto, indicam a viabilidade técnica do estudo e recomendam as possibilidades do plantio comercial dessas espécies enxertadas por parte dos agricultores familiares, com pouco investimento. Os negócios em torno do umbuzeiro embora sejam marcados pelo extrativismo praticados por famílias de baixa renda do semi-árido, são estimados em cerca de seis milhões de dólares por ano, afirma Carlos Antonio.
É um valor expressivo para um produto quase que exclusivo da agricultura familiar e que pode crescer bem mais com a introdução de plantios comerciais aliados ao processamento e beneficiamento dos frutos, assegura Pinheiro. Na safra de 2004, enquanto um saco de umbu de 60 quilos foi vendido em média por dez reais, agricultores familiares organizados em torno da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá – CooperCUC – com a mesma quantidade de frutos produziram doces, geléias e sucos e lhes renderam mais de vinte vezes mais, além da vantagem de poder armazenar os produtos e comercializar fora do período de safra da fruta, entre os meses de dezembro a março.
O produtor pode fazer a sua própria muda enxertada. Ou então, buscar empresas do setor e encomendar suas mudas. As mudas produzidas pela Embrapa Semi-Árido são restritas ao cultivo de pequenas áreas de pesquisas e utilizadas na instalação de Unidades Demonstrativas em áreas comunitárias de agricultores familiares.
Esta técnica é composta de duas partes: o porta-enxerto que é a parte da planta que contem a raiz e o enxerto que é a parte que vai formar a copa da planta. No umbuzeiro, o processo de enxertia recomendado é a garfagem no topo em fenda cheia que pode ser realizada em qualquer época do ano como já foi estudado por Pinheiro. A enxertia vem apoiando outras pesquisas para diversificação e implantação de uma fruticultura comercial nas áreas dependentes de chuva do semi-árido.
Mais informações:Carlos Antonio F. Santos– pesquisadorEndereço Eletrônico: casantos@cpatsa.embrapa.br

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